sábado, 5 de junho de 2010

5ª Escola Cognitiva


A quinta escola, a cognitiva, estuda a origem das estratégias desenvolvidas nas mentes dos estrategistas (empreendedores, administradores, investidores, empresários, etc.) estruturando os processos de criação de estratégias em modelos, mapas, conceitos e esquemas. Ela é a segunda escola do grupo das descritivas, definidas como as escolas de processos de caráter cognitivo, intuitivo ou de aprendizagem.



Esta escola analisa a forma como a mente processa as informações, mapeia a estrutura do conhecimento e obtém a formação de conceitos. O foco de estudo da escola é o modo como o conhecimento, percepção e criatividade são utilizados para elaborar estratégias baseadas em interpretações e não apenas para mapear a realidade de uma forma mais ou menos objetiva e alterada.



Nela a elaboração da estratégia é decorrente de uma ampla desenvoltura mental. Os estrategistas são vistos como autodidatas, desenvolvem estruturas de conhecimento e processos de pensamento através de suas experiências e de comportamentos desde o positivismo (pensamentos objetivos) ao subjetivismo (pensamentos perceptivos).



Essa escola pretende aperfeiçoar o processo mental de criação das estratégias ao analisar a sua formação na mente do estrategista, ela se distingui mais por seu potencial do que por sua contribuição.
Grande parte das empresas utilizam esta escola, associadas ou não a uma ou mais escolas estratégicas para compor seu plano estratégico.


Adriana Aguiar

Um comentário:

  1. Exemplo:

    Nos anos 50, Nestor Herculano De Paula, um ex-cobrador de ônibus do interior gaúcho, resolveu fabricar sapatos em Parobé, próximo ao Vale do Rio dos Sinos, hoje então a capital nacional do calçado. Na época, os produtores de calçado só vendiam até o Vale, pouco depois descobriram a rentabilidade das exportações e abandonaram o mercado interno. Neste momento, Nestor observando o ambiente externo percebeu uma grande oportunidade, seguiu sua intuição e planejou seu negocio. Órfãos, os clientes internos não tinham muitas opções no mercado de calçados, a fim de atender esse público carente, e aproveitar a situação favorável, ele inaugurou a Azaléia.
    Nestor compreendeu qual era seu caminho: a contramão. Enquanto seus concorrentes exportavam calçados, a Azaléia vendia em todo mercado nacional.
    A empresa consolidou sua marca e ganhou confiabilidade entre os clientes e respeito e reconhecimento no mercado de calçados. Desenvolveu produtos e montou toda uma estrutura de marketing em cima do Brasil.
    O crescimento da empresa foi planejado. A Azaléia se preparou, investindo fortemente em marketing, treinamento e na verticalização.
    Na década de 80, quando a empresa percebeu que as empresas exportadoras começariam a enfrentar concorrência no mercado externo e olhariam novamente o mercado interno que começava a crescer, a primeira providência foi mudar seu carro chefe, dos calçados mais populares, com o publico alvo nas classes C e D, para calçados mais elaborados, privilegiando materiais mais nobres para atingir o público B e C, fazendo um upgrade de seus produtos para satisfazer as consumidoras de melhor poder aquisitivo.
    Hoje, a Azaléia está entre os maiores conglomerados mundiais de produção de calçados, atuando em todas as etapas de produção.
    A Azaléia é um grande exemplo do uso da 5ª escola, pois Nestor usou todo seu sentido cognitivo, percebendo a oportunidade. Ele teve perspectiva empresarial, pesquisou o mercado do produto em foco, teve intuição, criatividade, coragem e planejou em mente, contando apenas com seus conhecimentos, experiência, pensamentos e filosofias, a estratégia certa para atingir seu objetivo com excelência, conseguindo assim consolidar sua empresa no mercado, obtendo muito êxito na execução de seus planos, sendo hoje um dos maiores grupos de calçados do mundo e estando entre as 10 melhores empresas do Brasil.

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